Era uma bela morena. Brava. Apaixonada e desconfiada.
Namorava um rapaz bonito. Safado e medroso.
Mas o amor reinava ali.
Iam juntos ao trabalho. No final do dia ele a visitava. Eram os dois e o deserto do Saara.
Mas um dia ele errou no horário, ou no caminho e resolveu dar uma voltinha. Depois do trabalho. De bicicleta.
Ligou para a Sogra e avisou que iria fazer hora extra. Era mentira. E quando ele saiu do trabalho com sua camisa listrada jogada no ombro e pedalando sua bicicletinha... ele não imaginava que naquele exato momento a Onça havia descido pra beber água.
Uma esquina, após outra. E a Moça espreitava.
Então ele passa por ela pedalando e como que diante do bote marcado, lhe batesse um desespero. de não ter o que fazer. de não ter o que explicar das horas extras.
Só tinha uma coisa a fazer: pedalar!
Ela olhou. Ele fingiu não ver.
Ela gritou seu nome. Ele fingiu não escutar.
Deus deu-lhe força pra pedalar.
E ele fugiu.
Antes era uma Moça. Agora é uma Onça!
Chamou um moto-taxista pra persegui-lo. Ele, de medo, recusou!
Antes, Deus havia dado forças do sujeitinho pedalar.
Agora, Deus havia dado não só asas pra Moça.
Deus havia passado sebo em suas canelas.
Num minuto, ela pedia ajuda pra persegui-lo. Noutro minuto, ela já estava lá!
E a cena que se seguiu...Bem, foi uma cena digna de ser imortalizada.
Num best-seller
Num filme.
Nas nossas memórias no horário de almoço.