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Selma Pereira


Inteligência Artificial -
Inteligência Artificial -

  Ivania Jardim e Selma Pereira

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Resumo
A Inteligência artificial é um tema bastante complexo e que muito se faz ouvir, não só pelas comunidades cientificas, mas por uma sociedade bem próxima da nossa realidade. Os computadores se mostram cada vez mais capazes, a medicina tem avançado em questões de pesquisa sobre a robótica, entender e alcançar a mente humana se torna cada vez mais almejada. As ficções científicas podem não estar tão longe como imaginamos.
 
Palavras-chave: robótica – inteligência artificial – mente humana – Psicologia
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Abstrct
Summary artificial Intelligence is a sufficiently complex subject and that much becomes to hear, not only for the scientific communities, but for a society well next to our reality. The capable computers if show each time, the medicine have advanced in research questions on the robotics, to understand and to reach the mind human being if it more becomes each longed for time. The scientific fictions can not be so far as we imagine. 
 
Word-key: robotics - artificial intelligence - mind human being - Psychology
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Os Simuladores da Inteligência Humana
Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas, enfim, a capacidade de ser inteligente. Existente há décadas, esta área da ciência é grandemente impulsionada com o rápido desenvolvimento da informática e da computação, permitindo que novos elementos sejam rapidamente agregados à IA. É uma linha de estudo de desenvolvimento de conceitos e que pretende imitar as redes neurais humanas. Nos anos 60 que esta ciência recebe a alcunha de Inteligência Artificial e os pesquisadores da linha biológica acreditam na possibilidade destas máquinas realizarem tarefas humanas complexas, como raciocinar.
O conceito de inteligência artificial é sem sombra de dúvidas oriundo das primeiras pesquisas sobre o processamento de informações com base em simulações computadorizadas da inteligência humana. Sabemos que os computadores não podem pensar, mas são programados para atuarem como se estivessem pensando, ou seja, para simular os processos cognitivos. Essencialmente, os computadores são peças do chamado Harware que o compõem fisicamente e que respondem a instruções.
 
Considerando então os computadores meros equipamentos de harware, o que estão os torna tão interessante a ponto de serem chamados inteligência artificial? Na verdade, o interessante para os pesquisadores é que esses computadores podem receber instruções altamente complexas, instruções conhecidas como computadorizadas ou comumente conhecida como software, que dizem ao computador como responder a uma nova informação que pode vir de várias fontes. Por exemplo:
a) do ambiente: “Ligue o sistema de refrigeração quando a temperatura for acima de 75 graus Fahrenheit” ou “24 graus centígrados ligue o sistema de refrigeração”.
Um mecanismo sensível ao calor e uma conexão ligada ao sistema de refrigeração fará com que o programa execute a instrução quando receber a informação ambiental de que a temperatura ultrapassou os 75 graus.
b) alguém que interage com o computador: dá-se o comando para executar uma série de instruções como “execute o programa de revisão ortográfica” o programa fará isso ou mesmo, (c) seus próprios processos como “repita esta etapa até alcançar uma contagem de 10 interações, então encerre esta etapa e prossiga para a próxima”.
 
De acordo com Sternberg, autor do livro “Psicologia Cognitiva”, antes de considerarmos tudo isso como inteligência, ou considerarmos alguns programas inteligentes precisamos considerar seriamente a questão do que, se qualquer coisa nos levaria a descrever um programa de computador como “inteligente”. 
 
Ficção:
Quando as máquinas raciocinam, planejam e agem feitos humanos
A Inteligência Artifical está presente em livros, desenhos animados e filmes, um tema bastante recorrente em histórias de ficção científica. Um autor de grande destaque nesta área é o russo Isaac Asimov, autor de histórias de sucesso como O Homem Bicentenário e Eu, Robô e também AI: Inteligência Artificial, dirigido por Steven Spielberg. Filmes como 2001: Uma Odisséia no Espaço, dirigido por Stanley Kubrick e Exterminador do Futuro, dirigido por James Cameron, mostram como a humanidade pode ser subjugada por máquinas que conseguem pensar como o ser humano e ser mais frias e indiferentes à vida do que seus semelhantes de carne e osso.
No filme “Conspiração de Echelon” A idéia é bem parecida com a descrita acima, aonde um sistema criado para fiscalizar as pessoas começa a ter vontade própria e usando o seu infinito banco de dados, manipula pessoas para conseguir um objetivo. Max Peterson (Shane West) é um programador que instala sistemas anti-hackers em empresas. O programa foi  criado pelos russos e em 2002 já estava instalado em todos os computadores  norte-americanos, controlava todas as câmeras do mundo, e agia sob o comando de pouquíssimas pessoas, ou seja, poucas pessoas poderiam monitorar o Echelon. O governo americano contava então com um outro programa de computador que respondia a “viva-voz” as perguntas feitas a ele, e se tratava de um programa que rezava pelo bem estar e contra toda atividade que pudesse negligenciar a segurança norte-americana. Com o tempo Echelon decidiu controlar tudo sozinho, esse programa de computador, calculava qual máquina nos cassinos iriam pagar prêmios, qual o horário e qual o valor do mesmo, após isso, enviava mensagens para os celulares que não podiam ser monitorados nem rastreados, obrigando as pessoas a se tornarem reféns e submissos a ele. No longa “Conspiração de Echelon”, esse programa pensa e age por si só. Suas ações são independentes dos comandos humanos. Esse programa é inteligente (?).
No livro já citado, Sternberg enfatiza que
 
As vezes, a meta de um modelo de computador não é igualar o desempenho humano, mas ultrapassá-lo. Nesse caso, o objetivo do programa é a inteligência artificial máxima, em vez da simulação da inteligência humana. O critério de se o desempenho do computador é comparável ao dos humanos, não é mais relevante. Em vez disso, o critério de interesse é o de quão bem o computador pode realizar a tarefa que lhe é atribuída. (p. 418)
 
Embora haja os prós e contras acerca da robótica e programas computadorizados, todos os autores pesquisados aqui comungam essa mesma incerteza do Sternberg, a busca pela superação da inteligência humana e não só alcançá-la.
 
Teste Turing: Um programa de computador pode ser inteligente?
Alan Turing (1963) já se preocupou com a questão da inteligência artificial, preocupou em lidar com a questão se um programa de computador é ou não inteligente.  Ele então delineou um teste pelo qual um humano poderia ter acesso à inteligência de um respondente, o que Turing queria era detectar se há a possibilidade de um observador distinguir o desempenho de um computador do desempenho de um ser humano sobre quem, todos concordariam ser inteligente. O teste Turing se deu da seguinte maneira:
O teste é dirigido com um computador, um respondente humano e um interrogador. O interrogador tem duas conversações diferentes com um programa computadorizado interativo. O objetivo do interrogador é entender qual dos dois participantes é uma pessoas comunicando-se por intermédio do computador e qual é o próprio computador. O interrogador poderá fazer aos dois participantes qualquer pergunta, o problema está em o computador tentar parecer humano ao interrogador e o humano tentar provar ao interrogador que é verdadeiramente humano.
 
O computador é aprovado no teste Turing se o interrogador for incapaz de discernir entre computador e humano.
 
O teste de indistinguibilidade entre computador e humano (feliz ou infelizmente) é usado geralmente na avaliação da inteligência de um programa computadorizado e não é usualmente realizado como proposto por Turing. Em alguns casos, os dados humanos de uma tarefa de resolução de problemas são comparados pelos gerados pelo computador e o grau de relação entre eles é avaliado. Naturalmente os tempos de respostas do computador são tipicamente muito mais rápidos do que os humanos; e, mesmo que os pesquisadores estejam menos interessados nos tempos de reação global, vejamos as seguintes afirmações:
ð      Os programas de computador que jogam xadrez jogam tipicamente de uma maneira que enfatiza a força bruta, com o programa avaliando números extremamente grandes de movimentos possíveis, muitos dos quais o ser humano jamais sequer pensariam em avaliar (Berliner, 1969).
ð      Os programas jogadores de dama jogam de uma maneira que o ser humano jamais poderiam pensar em jogar (Samuel, 1963).
ð      Tais programas são avaliados, geralmente, em função da intensidade com que podem derrotar bem um ao outro, ou seja, os adversários humanos que jogam contra eles (Bernstein, 1958).
Isso denuncia que os computadores estão programados, como já o disse Sternberg, para superar a inteligência humana, e segundo ele, a “evolução da Inteligência artificial é absolutamente nítida”.
 
Reflexões
Raciocinar e Resolver Problemas: Inteligência Artificial na vida real
Nota-se que a Inteligência Artificial é um tema complexo e bastante controverso. São diversos os pontos a favor e contra e cada lado tem razão em suas afirmações. Espera-se que, independente dos rumos que os estudos sobre IA tomem, eles sejam guiados pela ética e pelo bom senso e que o humano nunca deixe de ser reverenciado.
Se por um lado a inteligência artificial é uma ciência que procura estudar e compreender o fenômeno da Inteligência, ela é por outro lado um ramo da engenharia, na medida em que procura construir instrumentos para apoiar a inteligência humana. Tentando simular os nossos fenômenos cognitivos.
Hoje em dia, são várias as aplicações na vida real da Inteligência Artificial: jogos, programas de computador, aplicativos de segurança para sistemas informacionais, robótica (robôs auxiliares), dispositivos para reconhecimentos de escrita a mão e reconhecimento de voz, programas de diagnósticos médicos e muito mais.
Baseando-se em histórias fictícias como as citadas anteriormente, não é difícil imaginar o caos que poderá ser causado por seres de metal, com um enorme poder físico e de raciocínio, agindo independentemente da vontade humana. Por outro lado, robôs inteligentes podem ser de grande utilidade na medicina, diminuindo o número de erros médicos, na exploração de outros planetas, no resgate de pessoas soterradas por escombros, além de sistemas inteligentes para resolver cálculos e realizar pesquisas que poderão encontrar cura de doenças.
Considerando a igreja católica ainda poderosa a ponto de barrar pesquisas científicas, não encontramos em nossas pesquisas, nenhum documento oficial da igreja que condene a robótica. As experiências crescem a cada dia e a locomoção e todas as ações da robótica são controladas por um mecanismo a que os cientistas deram o nome de cérebro cujas conexões são chamadas de redes neurais; sistemas especialistas, agentes, vida artificial, algoritmos genéticos... O que nos leva a interpretar quão grande é o anseio humano de criar algo que ostente a beleza de raciocinar, de estar à altura das idéias.
 
Sabemos pela Psicologia Cognitiva que o intelecto humano é formado por um conjunto complexo de fenômenos, sendo assim, a IA pode implementá-lo de que maneira? Criar um cérebro mecânico cujo comportamento seja em parte, indistinguível do comportamento humano? Caso isso venha a acontecer o resultado será mentes computadorizadas que ficarão talvez residindo em seres físicos, se tornando quem sabe autônomos. A abordagem mais forte ligada à IA é o não só tentar entender a cognição humana, mas descobrir como ela pode auxiliar em situações de maiores complexidades. É interessante ver que essa abordagem não tem por objetivo a existência independente, mas anseia por algo que ajude e apóie o ser humano em diversas tarefas. Podemos dizer que esta abordagem é mais humana do que as outras pesquisadas, pois em nenhuma hipótese tenta desumanizar o homem.
 
O cérebro ainda não foi criado pelos humanos, mas já temos robôs que expressão algumas emoções. Assustar, rir, chorar, ter medo, previsibilidade e raciocínio pode deixar de ser característica específica do ser humano, e aí, diremos que a robótica alcançou o seu mais alto patamar. E receamos que, após levarmos um robô a pensar e ter vida própria, nós humanos esqueçamos de pensar; esqueçamos da complexidade da vida psíquica, emocional e social a que os seres humanos estão sujeitos. Receamos que se humanize as máquinas e após um tempo descarte todas, como o fazemos com o ser humano.
 
Embora não seja viável o parágrafo acima, já contamos com braços, mãos e pernas mecânicas que obedecem ao comando do nosso cérebro, corações “transpassados” por metais como o marca-passo e que continuam a funcionar, programas computadorizados capaz de executarem operações diversas, talvez um outro cérebro não possa ser criado, mas possa ser adicionado a um corpo mecânico.
 
Mas pensemos então na Psicologia Cognitiva: só porque um programa faz bem uma certa ação, não significa que podemos compara-lo à mente humana, atuar é uma coisa e atuar racionalmente é um processo bem mais complexo. Podemos afirmar então que não existe, como o disse Sternberg, nenhum programa inteligente, pois pra isso, este deveria ser capaz de adaptar-se a novas situações, raciocinar, entender relações, descobrir significados, reconhecer a verdade e aprender com a experiência.
 
A nossa realidade é aquela em que não mais nos damos conta do humano ao nosso redor, os profissionais da psicologia social e do serviço social vêem a cada dia crescer a demanda para essas áreas, as relações sociais e do trabalho se encontram fragmentadas, a todo tempo, reinventamos a revolução industrial e criamos um grande exército de reserva pois os postos de trabalho estão sendo invadidos pelos robôs, há crianças que têm babás-robôs, há escolas que já possuem tradutores (para surdo-mudos) que não são humanos e há empresas que descartam 10 funcionários de uma só vez: nove deles vão pro exército de reserva e o décimo só não deixa de ser útil porque tem que programar e operar o homem - máquina.
 
Pensemos então na ausência de sentimentos em programa computadorizados: medos, ansiedade e emoções. Uma pessoa isenta de sentimentos é classificado como aquela que ultrapassa todos os limites da normalidade e do bom senso para tingir seus objetivos, sem se importar com obstáculos e modo de superá-los, é metódica em todos os passos que dá, analisando causa, conseqüência e o que sairá ganhando(e por isso calculista), como não é capaz de ter nenhum sentimento de pena, compaixão ou perdão é chamada de fria.
 
Realmente uma máquina não tem receio da morte, não sabe o que é família, não tem medo de perder alguém; o que são pontos favoráveis por exemplo numa complexidade médico-cirúrgica. Seria a criação de médicos artificiais ajudando e até ultrapassando os profissionais clínicos na realização de diagnósticos.
 
 
REFERENCIAS
 
 
GONZALEZ & COLS, Intervenção Psicoeducacional. Porto alegre: Artmed, 2007
 
STERNBERG. Psicologia Cognitiva.são Paulo: Artmed, 2000.
 
<http: www.boletimmedico.pcurio.robotica/org> acessado em 27/11/2009